Chuvas intensificam floração do café e trazem alívio parcial a produtores brasileiros

Nos últimos dias, chuvas mais intensas cobriram áreas amplas das regiões produtoras de café no Brasil, trazendo algum alívio para os cafeicultores e o mercado. Ainda que as precipitações não revertam as perdas esperadas para as safras de 2025 e 2026, elas indicam o início de uma nova fase de floração, essencial para a formação dos grãos da próxima colheita, programada para 2025.

Especialistas apontam que, embora as chuvas possam diminuir o ritmo das perdas, elas ainda não são suficientes para compensar os danos causados pela recente seca e por temperaturas acima da média para o inverno no Brasil. A partir de março de 2025, técnicos e agrônomos avaliarão as perspectivas de produtividade para a próxima safra, observando as condições climáticas das próximas estações.

A crise climática global continua a impactar o setor cafeeiro, com estoques reduzidos e uma demanda mundial crescente, especialmente devido ao aumento do consumo na Ásia. Esse cenário tem resultado em flutuações expressivas nos preços do café.

NEGOCIAÇÕES

Na ICE Futures US, o contrato futuro de arábica para dezembro atingiu um pico de 2,4875 dólares por libra-peso nesta semana, fechando a sessão em 2,4840 dólares, uma alta de 295 pontos. Apesar dessa valorização, as cotações vêm demonstrando volatilidade, em parte devido às expectativas para a nova safra brasileira.

No mercado de robusta, os contratos para janeiro na ICE Europe fecharam em 4.411 dólares por tonelada, com uma queda acumulada de 204 dólares na semana, refletindo a proximidade da nova colheita no Vietnã. Em paralelo, os estoques certificados de café na ICE Futures US aumentaram, atingindo 843.284 sacas, um número significativamente superior ao registrado no mesmo período do ano passado.

No Brasil, na última sexta-feira, o dólar fechou em R$ 5,7060, e os contratos de arábica para dezembro em Nova Iorque foram cotados a R$ 1.874,90 por saca, o que manteve o mercado físico de café em um nível moderado, com negócios abaixo do esperado para o período.

Até o dia 25 deste mês, o Brasil exportou 3.184.720 sacas de café, incluindo arábica, conilon e café solúvel. Para outubro, as solicitações de certificados de origem já alcançaram 3.785.816 sacas.

PREVISÃO DO TEMPO

A previsão é de que as chuvas continuem sobre o interior do país, com temperaturas mais amenas na maioria das áreas produtoras, enquanto o Nordeste permanece com tempo seco e quente. No corredor de umidade entre as regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste, fortes chuvas são esperadas nas áreas cafeeiras do Espírito Santo, Zona da Mata e Cerrado Mineiro. Contudo, as instabilidades climáticas devem se reduzir na última semana de outubro em parte do Sul do Brasil, São Paulo e no extremo sul de Minas Gerais, conforme dados da Climatempo.

Fonte: Café Point

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