Você sabe qual é a diferença de um café coado para um café espresso? Talvez você pense que a única coisa que difere um do outro é que o coado seja feito em casa e o espresso na cafeteria e em uma máquina exclusiva para isso. Mas vai muito além… Apesar de ambos serem feitos da mesma coisa – café e água quente -, as características de um para outro mudam por causa da forma como são feitos. Sim, é a forma como o café é extraído que muda tudo. Vamos aprender?
Forma de preparo do café coado e do espresso
O café coado é feito pelo que chamamos de percolação. Ou seja, quando a água atravessa a barreira formada pelo pó de café, de cima para baixo, de forma espontânea. Para não dizer que compliquei demais, vou explicar melhor: percolação nada mais é do que “passar o café”, literalmente! Você joga a água em cima, ela desce atravessando o café moído e sai embaixo. Porém, nesse caminho, a água, que está quente (quase fervendo), vai retirando dos pedacinhos de grão as propriedades que ele tem a oferecer: os óleos, nutrientes, sabores, aromas etc. Tudo isso acontece em cima de um filtro (seja de pano ou papel), que segura o café moído e deixa passar apenas a parte líquida, que antes era só água e agora é nosso cafezinho. Lembrando que a água deve estar com cerca de 93°C e para extrair uns 200ml de café vai levar uns 3 minutos para coar…
O café espresso também tem a mesma lógica – água quente que atravessa o pó de café em um filtro e sai a bebida. Maaas, essa passagem da água será por conta da pressão colocada na água pela máquina.
Uma máquina de café espresso injeta a água no filtro utilizando a pressão de 9 bars com aproximadamente 90°C. Antes disso, a pessoa que vai preparar o café geralmente mói o café na hora e compacta ele pressionando bem. Quando o café vai saindo, chamamos isso de extração. A extração de um espresso (com total de 50ml) leva de 20 a 30 segundos. É bem rápido! Por isso muitos acham que espresso vem da palavra expresso, que dá o sentido de rápido. Eu explico aqui porque uso a palavra com S
Tipo de moagem
Uma vez que o resultado na xícara depende totalmente de quanto tempo a água quente fica em contato com o pó de café, a moagem (ou seja, quão grosso ou quão fino o pó ficou depois de ser moído) é muito importante.
No caso dos dois métodos que estamos avaliando – o coado e o espresso – eles também têm necessidades diferentes.
No café coado em filtro de papel, por exemplo, a moagem padrão é a média – nem tão fina, pois a água não conseguiria passar, e nem tão grossa, que a água fluiria muito rápido e não daria tempo de extrair o melhor do café. O café coado te dá a opção de variar a moagem, para mais ou para menos, para testar novos sabores e um café mais intenso ou mais equilibrado.
Já no caso do café espresso, costumamos usar uma moagem um pouco mais fina, pois ao compactar o pó criamos um filtro perfeito para a água passar com a força da pressão. O espresso tem que passar em algo entre 20 e 30 segundos. Se passar em menos que 20s, significa que o pó está muito grosso. Porém, se passar em mais que 30, está muito fino, e então, o barista tem que arrumar a moagem pra chegar na média no ideal.
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Temperatura da água
Outro ponto importantíssimo para obter um café perfeito é a temperatura da água. E também há diferenças entre o coado e o espresso. O café coado pode ser passado com a água em cerca de 93°C (há uma margem para até 95-96°C). Já no espresso, as máquinas costumam passar a água a uma média de 90°C. A diferença é sutil e o que tem mais importância mesmo é o conjunto de fatores!
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Teor de cafeína
Chegamos aqui a um ponto interessante dessa comparação… No senso comum a gente pensa: o café espresso “é mais forte, por isso tem mais cafeína”. Mas na real, o sabor marcante do espresso nada tem a ver com a cafeína e si, mas sim com o método, a torra do grão, a quantidade de pó usada…
Quanto à cafeína, em primeiro lugar, ela nada mais é do que uma das substâncias presentes no café, que é responsável por estimular o sistema nervoso central. Assim ficamos mais acordados, mais dispostos, mais animados.. E até mais ansiosos, caso o consumo seja muito alto ou tenha alguma sensibilidade à cafeína. E é por isso que existem cafés descafeinados e eles continuam muito parecidos com a bebida que estamos acostumados!
Bem, quanto à quantidade presente no café, para compararmos, lembre-se que um ser humano pode consumir cerca de 300 mg da substância por dia… A quantidade de cafeína muda de acordo com o tipo de café que usamos. O café arábica, muito popular no mundo dos cafés especiais, tem menos cafeína – 1,2% de sua composição. Já no café robusta, mais presente nos blends de café tradicionais, tem 2,2%.
E ainda, a quantidade de cafeína presente em cada bebida depende do modo de preparo, já que quanto mais tempo a água fica em contato com o café mais extrai. Porém, se usamos bem mais pó de café para fazer um pequeno expresso, obviamente vai ter mais cafeína, certo?
Quanto tem em cada um?
Finalmente, um espresso de 50 ml contém, em média, 130 mg de cafeína. Já uma xícara de 200 ml de café coado tem 145 mg. Se tomássemos quantidades iguais, 100 ml de cada, por exemplo, ficaria assim:
- 100 ml de espresso = 260 mg de cafeína
- 100 ml de coado = 72 mg de cafeína
Para concluir, é bem mais fácil tomarmos logo de vez 200 ml de café coado do que 4 espressos de uma única vez, então se por alguma razão queremos mais cafeína de uma vez só, vale mais optar por um coado. Mas no fim, o que vale mesmo é o gosto de cada um…
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Resultado
No final, o que conta muito nesses dois cafés são as características que cada um deles oferece, que são bem distintas. O café espresso é mais concentrado, mais encorpado e por vezes mais forte, ou seja, com sabor mais amargo. Por conta da pressão aplicada pela máquina, ele é mais cremoso e forma uma crema (aquela espuminha) na superfície.
Por outro lado, o café coado, se feito na medida, é mais suave e equilibrado, apresenta menos amargor e o método torna possível perceber mais notas em sua composição…
E aí, você tem um preferido? Posta seu café favorito no Instagram e me marca @cafezinhoemcasa
Um abraço cafeinado e bons cafés!!!
